A displasia coxofemoral é uma condição que consiste na falta de “compatibilidade” entre a cabeça do fémur e o acetábulo do osso coxal. Esta incompatibilidade é gerada por uma modificação da articulação coxofemoral, que a faz degenerar-se e não desempenhar corretamente a sua função, que seria fixar o fémur ao osso coxal. A displasia classifica-se através das letras A, B, C, D e E, sendo que a letra A não apresenta quaisquer sinais de displasia e que a letra E indica uma displasia coxofemoral grave, que pode vir acompanhada de uma osteoartrose. Num âmbito de criação com o intuito de selecionar os melhores indivíduos e melhorar a raça, apenas os exemplares com as letras A e B são aconselháveis para reprodução, os que têm a letra C podem reproduzir-se mas é menos conveniente e os que são D e E são impróprios para reprodução.
Tal como os humanos, os cães vão desgastando
os ossos e as articulações à medida que
crescem, pelo que a prova de displasia
realiza-se assim que o cão atinge a fase
adulta, para evitar que o resultado seja
alterado pelo desgaste da vida
quotidiana.
A displasia coxofemoral
pode ser unilateral, implicando somente uma
das articulações coxofemorais ou pode ser
bilateral, implicando as duas. Geralmente as
displasias bilaterais têm mais tendência
para ter origem hereditária e as unilaterais
costumam ser adquiridas, no entanto cada
caso é único e não é uma regra geral.
Esta degeneração da articulação pode ser
hereditária ou adquirida, em função da sua
origem.
Quando falamos de uma condição
hereditária, estamos a referir-nos a uma
condição que é derivada dos genes dos
progenitores e no caso dos cães, nos genes
de 4 gerações passadas. Se alguma de ditas
gerações apresenta uma anormalidade na
articulação coxofemoral, as probabilidades
de que o nosso cachorro tenha displasia são
maiores. A melhor forma de nos prevenirmos
de que o nosso cão apresente displasia é
pedirmos sempre uma prova de displasia, pelo
menos dos progenitores do animal que
queremos adquirir.
Por outro lado, ao falarmos de uma displasia adquirida, estamos a referir-nos a um animal que não tem predisposição para ter displasia, mas que devido a determinados fatores como sobrepeso, sobrecarga de atividade física, mau posicionamento ou uma lesão, geram um desgaste superior ao que seria normal na articulação coxofemoral. O sobrepeso é uma das razões mais comuns, visto que há raças que têm propensão ao ganho de peso, forçando as articulações. A sobrecarga de atividade física é uma das razões que não é conhecida pela maioria dos donos, já que ninguém pensa que o exercício em excesso pode ser prejudicial para o cachorro. É preferível realizar várias atividades por dia de curta duração, do que realizar apenas uma que arrase tanto o animal como as suas articulações e ossos, ao menos enquanto o cão estiver na sua fase de crescimento. Falando agora do mau posicionamento, atividades como andar sobre areia seca ou sobre superfícies que gerem uma descompensação do peso do animal além de um esforço maior, fazem com que este tenha de exercer mais força de um lado do corpo do que do outro, bem como mais força no geral, aumentando o grau de desgaste da articulação. Uma lesão também é uma causa comum, uma vez que como os humanos, quando se lesionam num dos membros posteriores, tendem a exercer força sobre o outro, para de certe forma compensar, aumentando a força exercida sobre a articulação e desgastando-a. Estas lesões podem derivar-se de uma queda de uma superfície alta, de uma brincadeira com outros cães ou até mesmo de um traumatismo. Os donos apenas querem dar ao seu animal de estimação a maior qualidade de vida possível, qualidade esta que é posta em causa na presença de uma displasia que
impossibilita a movimentação normal do cão e que mais tarde pode até impedi-lo de se movimentar de todo, portanto a melhor coisa que se pode fazer é garantir que compramos cães saudáveis e livres de doenças hereditárias, pedindo sempre as provas que consideramos relevantes, não exagerar na carga física que impomos ao nosso cão, especialmente durante o crescimento, tentar limitar ao máximo os espaços que ponham em risco a saúde das articulações, como superfícies altas e irregulares e por último, acompanhar todos estes cuidados com a administração de condroprotetores, que protegem e fortalecem as articulações do nosso cão, bem como de uma ração completa e confiável.